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A onda conservadora ou maré azul foi um fenômeno político que surgiu em meados dos anos 2010 na América Latina, sucedendo à guinada à esquerda.
Escândalos de corrupção envolvendo governos de esquerda no continente fizeram que os mesmos se desgastassem, diz Gerardo Caetano, professor de Ciências Políticas da Universidade da República, no Uruguai. Ainda segundo Caetano, "quando os governos de esquerda ou centro-esquerda, cada um com seu estilo, assumiram nos vários países da região (durante a guinada à esquerda), as sociedades estavam cansadas e vínhamos de várias crises. Esses governos resgataram e melhoraram a vida de muitas pessoas, mas faltava um projeto de longo prazo e além disso quanto mais melhoram de vida, mais as pessoas ficam exigentes".
Segundo o cientista político boliviano, Roberto Lasema, do Centro de Estudos da Realidade Econômica e Social (CERES), a alta no preço das commodities na década de 2000 favoreceu os governos populistas, e também acredita que esses governos falharam em não pensar em políticas de longo prazo. Em escala global, o fenômeno pode ser associado à vitória de Donald Trump, nos Estados Unidos, e à ascensão de partidos de extrema-direita na Europa, situando a onda conservadora da América do Sul neste contexto. Na Europa, um fenômeno semelhante, a Pasokificação, também anda acontecendo nos últimos anos.
Desde os anos de 2018 e 2019, essa onda começou a apresentar sinais de declive com às eleições de candidatos progressistas como López Obrador, no México, Alberto Fernández, na Argentina, e Luis Arce, na Bolívia. Essa diminuição se acentuou ainda mais após a eleição de Joe Biden em 2020 nos Estados Unidos, onde países como Peru, Chile, Honduras e Colômbia elegeram líderes de esquerda, o que marca o início da chamada Segunda guinada à esquerda na América Latina.